sábado, 26 de janeiro de 2008

TEMA DO MÊS DE FEVEREIRO - DEBATES E ENQUETE - COTAS RACIAIS

Nesta época de vestibular e início de aulas, decidimos colocar em debate o tema das cotas raciais nas universidades públicas.
Muitas acreditam ser esta uma forma de o Brasil resgatar o grande débito que possui com os afrodescendentes em virtude dos muitos anos de escravidão, cujo encerramento desconsiderou completamente o futuro dos antigos cativos, fosse proporcianando formas de retornarem às suas origens, fosse concedendo-lhes, aqui, terras para o cultivo.
Sabe-se que o ingresso nos cursos superiores públicos obedece ao critério do mérito. O candidato passa pelo vestibular, que tanto atemoriza nossos jovens quando nem eles ainda estão capacitados a fazer suas próprias escolhas.
Pelo sistema de cotas o favorecido não deixa de prestar o vestibular. Só que concorre às vagas reservadas, o que facilita o acesso, mas não o assegura.
Como a matéria não se encontra legislada, cada Universidade vem decidindo de forma isolada se reserva ou não vagas para cotistas.
Não se tem ainda com clareza quais pessoas devem ser consideradas negras ou afrodescendentes.
Tornou-se emblemático o caso dos gêmeos idênticos em Brasília: ambos pleitearam a inscrição ao vestibular da UNB em 2007 pelo sistema de cotas. Um foi aceito, outro foi rejeitado!
Isso trouxe mais um questionamento: se nem ao menos temos um conceito claro de quem são os favorecidos, como podemos aplicar a idéia sem cair em critérios subjetivos???
Não seria melhor oferecer aos negros (e aos pobres em geral) uma educação de base capaz de torná-los aptos a concorrer em igualdade de condições com os demais?
Se a escola é pública, paga a custa dos impostos arrecadados de toda a população, por que não se adota o critério economico, em vez do merecimento (obtido pelo sucesso no vestibular)?
Ou, se o acesso às universidades públicas dá-se preferencialmente pelas classes A e B, que reúnem melhores condições de obter um ensino de piso mais qualificado, por que não se lhes cobram mensalidades, capazes de arcar com os custos dos menos favorecidos em escolas privadas?
Enfim... o tema é realmente palpitante e não se afasta do Espiritismo, na medida em que este deve nortear a conduta de seus adeptos em todos os aspectos da vida.
O Blog no mês de fevereiro não só colocará o tema em enquete. Também trará informações e depoimentos de várias pessoas ligadas à área da educação para auxiliar na formação do convencimento daqueles que emitirão seus votos.
Nosso objetivo não é formar opiniões, tampouco suscitar unanimidade. Ao contrário, queremos ouvir e aprender, favorecer a troca de idéias e o debate. Por isso: não apenas vote. Dê sua opinião. Clique em comentários e manifeste-se sobre o tema. Mande e-mail (endereço no cabeçalho). Vamos formar um grupo ativo e participante. O Espiritismo merece!
Um ótimo mês de fevereiro a todos!

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