Na época da faculdade em XXX, eu tinha contato com algumas estudantes de medicina e fiquei sabendo desse caso. Lá pelo ano de 1980 apareceu no hospital uma mulher com antecedentes de uso de álcool e drogas, que tinha sido violentada e estava grávida. Ela veio à faculdade solicitar o aborto. Durante o atendimento, o médico, que tinha formação espírita, tentou de todas as formas demovê-la da decisão. Por fim, conseguiu que a gestação fosse levada a termo e nasceu uma menina.
A mãe infelizmente seguiu com a vida desregrada. Quem criou a menina com sacrifício devido a uma condição econômica complicada, foram os avós. O médico foi o padrinho da criança e acompanhou o crescimento dela, fazendo visitas esporádicas. Na época que escutei essa história, essa menina estava com 15 anos e tinha um comportamento de revolta muito forte. Fugia de casa, tinha complexos, dava muito trabalho. Os avós viviam agoniados.
Depois não fiquei mais sabendo do que aconteceu, se foi somente uma fase de adolescente ou se a perturbação continuou.
Essa história me deixa sempre com dois sentimentos: um de admiração pelo esforço por uma vida, e outro de pena por pensar no que todas as pessoas envolvidas, inclusive a menina, enfrentaram e talvez ainda hoje enfrentem. Aprendemos pela doutrina que é assim que as coisas têm que ser, que a interrupção de uma gestação "viável" acarreta uma dívida espiritual muito grande.
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