quinta-feira, 10 de abril de 2008

TEMA DO MÊS (colaboração Christina Ramires Ferreira)



Comecei a ler um livro muito interessante: "O QUE DIZEM OS ESPÍRITOS SOBRE O ABORTO". O livro é uma compilação feita por uma equipe da Federação Espírita Brasileira e fornece, primordialmente, os esclarecimentos dos espíritos superiores e outros comunicantes sobre o assunto, com acréscimo do que consta em livros espíritas e em artigos da revista Reformador.

Estou no começo e li algumas partes do meio e do final que eu tinha mais curiosidade. A doutrina é quase radical em relação à condenação do aborto. Até mesmo para abortos terapêuticos, as histórias do livro trazem mulheres que resolveram seguir com a gestação quando foram alertadas pelo médico de que um problema cardíaco ou uma fragilidade orgânica seria descompensada durante a gravidez e seria perigoso correr o risco. Há relatos de gestações com "final feliz" e também de uma gestante que realmente correu risco de vida e teve que se submeter ao aborto. Pelo que entendi, o recado é "aborto só se a gestante chega a uma condição de saúde que comprometa a sua existência e a do feto". Aborto preventivo não é o caso.

O que me chamou a atenção é que há abertura em relação à encaminhar a criança para adoção quando o sentimento materno de rejeição é muito forte, o tal do "parto anônimo". Acho isso muito sensato, embora possa adiar ou evitar experiências importantes para que dois espíritos acertem as diferenças pretéritas. Se um espírito (da mãe) assumiu o compromisso de receber outro espírito como filho e no momento em que isso acontece ela não tem forças para assumir o "destino", é melhor não cometer um assassinato (aborto) e encaminhar a criança para uma família estruturada que vai recebê-la com muito amor. Assim, se a diferença não é corrigida, pelo menos ela não é aumentada. É como se a pessoa não pudesse escrever um novo começo, mas continuasse com a oportunidade de escrever um novo final.

O grande obstáculo é que a coisa muitas vezes não é tão simples assim: assumir a gravidez perante à sociedade e entregar o filho deve ser muito difícil. Há um filme francês recente que trata justamente disso e que foi muito premiado. O nome do filme é "JUNO" e conta a história de uma adolescente que se descobriu grávida depois de uma aventura sem o menor vínculo e logo se decidiu a ter a criança e entregá-la para adoção. Simples decidir e complicadíssimo levar a cabo. A barriga crescendo, os comentários na escola, na vizinhança e na família fizeram que com o negócio virasse uma bola de neve e uma grande provação.

Esses dias assisti a um vídeo do Steve Jobs (fundador das empresas Apple, Napster e Pixar). Ele foi convidado para ser o orador de uma turma de formandos da Universidade de Stanford, nos EUA. Nesse discurso (está em inglês: http://www.youtube.com/watch?v=D1R-jKKp3NA&feature=email) são contadas 3 histórias para ilustrar as mensagens que ele quer transmitir. Na primeira história ele conta que sua mãe biológica resolveu entregá-lo para adoção logo após o seu nascimento. Ela exigiu que os pais adotivos tivessem formação universitária e que se comprometessem proporcionar ao filho a mesma formação. Nos EUA as universidades são caríssimas. Quando ele nasceu, o casal escolhido resolveu que queria uma menina. Então ligaram para o próximo casal da fila, que foram os pais adotivos do Steve Jobs. Eles não tinham formação universitária e a mãe biológica dele só assinou os papéis da adoção após a promessa de que ele seria enviado à universidade. O resto da história é bastante interessante, mas foge do nosso tema. Veja como a solução da adoção foi boa para todos os lados. O Steve Jobs poderia ter sido uma criança rejeitada, carente de afeto, com várias seqüelas psicológicas, ou poderia ter sido "abortado" se a possibilidade da adoção não fosse vista pela mãe biológica como uma solução.

Aguardo impressões!

abraço

Christina

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